Como se mede o que se vai dizer? Como se avalia a intensidade do que se diz e o momento para o dizer? É preferível despejar tudo num vómito verborreico, independentemente das consequências ou apesar delas? Ou, pelo contrário, lentamente ir atirando os dardos e acertar no alvo na hora certa? Como agir numa reunião da qual já nada esperamos e sabemos que os resultados são nulos? Devemos manter esperança? Ignorar e, entretanto ir analisando a necessidade emergente de uma sessão de manicura? Ou devemos pura e simplesmente fingir todo o interesse possível e dar todo o tipo de sugestões?
Como agir se no fim da reunião só apetece um duche de água a escaldar, enfiar-nos na cama e enterrar a cabeça debaixo dos lençois até às próximas férias? Como agir se apenas por causa de uma reunião saímos do trabalho, 4h depois de estarmos enfiadas numa sala, com o corpo todo dorido. E se esse corpo dorido for sinónimo de um acumular e guardar de palavras e acções que ficam armazenadas para o bem da vida económica da família?
Não me calei de todo. Defendi o que tinha de defender. Mas fiquei com o fel na boca daquilo que não disse e que queria ter dito, mas com a consciência de que não era o momento certo. Estupidamente, mantenho uma pequenina, minúscula, esperança de que alguma coisa melhore. Por pouco que seja.
E tudo porque sei que podia ser melhor.
Porque sei que eu posso melhor.
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